Mesmo com a atenção voltada para a saúde mental dos colaboradores gerada pela pandemia, a falta de ações efetivas nesse âmbito ainda afeta grande parte das empresas.
Um caso recente, que aconteceu no mercado editorial, chamou atenção para o COMO algumas empresas estão lidando com a saúde mental dos colaboradores no ambiente de trabalho. A MSP, Mauricio de Sousa Produções, responsável por tudo o que envolve os personagens da Turma da Mônica, tão queridos e conhecidos pelos brasileiros, veio a público esclarecer uma situação envolvendo a publicação de sua próxima Graphic MSP.
A MSP publica ao longo do ano diversas graphic novels, que são quadrinhos em formato diferente dos tão conhecidos “gibis” de banca. Tratam-se de publicações de luxo, baseadas em seus personagens clássicos mas com histórias mais densas, voltadas para um público mais velho. Muitas já foram premiadas e se tornaram base para os roteiros dos longas-metragens da franquia, “Laços” e “Lições”, contando com times de quadrinistas e roteiristas respeitados no meio dos quadrinhos nacionais.
Pois a editora explicou que uma de suas publicações, estrelada pela comilona Magali, seria cancelada porque a artista e roteirista da obra estava passando por um período de depressão e não se sentia apta a dar continuidade ao projeto por conta de sua saúde mental abalada. A editora já havia conversado com a artista e dado o prazo necessário, sem data certa para entrega, mas a própria profissional disse que não iria conseguir gerenciar a própria cobrança interna e o projeto então foi encerrado. Se houver uma próxima graphic novel da Magali, ela nascerá do zero.
A atitude foi louvável e corajosa, afinal todo o material de marketing atrelado ao projeto já estava em andamento e foram inclusive realizadas pré-vendas da obra, mas a editora foi humana o bastante para priorizar a saúde mental de sua colaboradora e não os lucros gerados pela empreitada. A artista segue em tratamento psicológico e repouso necessário, com todo o apoio – mostrando que, para a turma do Bairro do Limoeiro, saúde mental é coisa séria.
Como promover saúde mental nas empresas
O caso citado acima felizmente teve um desfecho sensato, mas isso ainda não é comum na maioria das empresas. A falta de ações práticas com relação à saúde mental no trabalho é a principal queixa entre os trabalhadores. Apesar de 67,3% afirmarem que a empresa leva em consideração o tema saúde mental e qualidade de vida no trabalho na hora de avaliar a expectativa dos colaboradores, em 71,1% das empresas não existe uma área ou pessoa dedicada à saúde mental, diz a pesquisa de 2020 do software de recrutamento e seleção Kenoby.
Entre os 488 profissionais de RH entrevistados de empresas com até 500 funcionários, 93% reconheceram que falta um olhar das empresas, no geral, para a saúde mental da equipe no trabalho – apesar de 67,3% afirmarem que a empresa leva em consideração o tema saúde mental na hora de avaliar a expectativa dos colaboradores.
Questionados se na empresa existem benefícios voltados para melhorar o bem-estar e saúde mental da equipe, 38,7% responderam que não, mas que estudam a possibilidade. Outros 37,7% responderam que têm soluções e 23,6% que não têm e não é uma prioridade para eles.
Entre os motivos apontados pelos entrevistados que levam a problemas mentais no trabalho, os campeões são falta de diálogo com a liderança, feedback e espaço para opiniões, seguidos ainda de assédio moral e constrangimento (18,9%) e metas impossíveis de serem batidas (12,3%).
Segundo especialistas, o que acontece muito são empresas usando o assunto para lançarem-se como inclusivas e acolhedoras mas, na prática, é tudo bem diferente. A cobrança e a mecanização dos processos ainda é grande.
Não existe diálogo, flexibilização do horário e quantidade de trabalho, das metas e tampouco um departamento para cuidar desses assuntos e servir de intermediador entre liderança e equipes. Essas práticas são cruciais para minimizar os efeitos da saúde mental no colaborador mas só farão sentido se o gestor deixar o colaborador à vontade, sem fazer juízo de valor, e dedicar um espaço na agenda para trocas periódicas, rodas de conversas, feedbacks, e não apenas focar em reuniões de trabalho e estipular metas.
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