O inverno se aproxima e, com ele, as doenças características do frio aparecem: resfriados, gripe, rinite, asma, entre outras. O motivo? Segundo a Dra. Priscila Moraes, médica especialista em alergia e imunologia Docway, baixas temperaturas e o ar seco fazem com que os poluentes e micro-organismos permaneçam mais tempo suspensos no ar. Além disso, as pessoas tendem a ficar mais tempo fechadas, sem ventilação adequada, favorecendo o aparecimento tanto de doenças respiratórias infecciosas como alérgicas.
Um cuidado especial deve ser dado às pessoas mais suscetíveis a complicações por vulnerabilidade do sistema imunológico, como por exemplo crianças, idosos e pessoas com doenças crônicas. Por isso, saiba reconhecer as principais doenças do inverno:
1) Resfriado x Gripe
Popularmente, as infecções virais de vias aéreas superiores são chamadas, de modo generalizado, de gripe. No entanto, são doenças diferentes. Ambas são causadas por vírus, porém se apresentam de maneiras distintas.
O resfriado é provocado por vírus como adenovírus, rinovírus e vírus sincicial respiratório. Em geral, provoca sintomas mais brandos, com coriza, tosse, congestão nasal, dor no corpo e dor de garganta leve. A febre, quando presente, costuma ser baixa. Normalmente, os sintomas duram até 3 dias e apresentam melhora espontânea.
Já a gripe, provocada pelos vírus Influenza, entre eles o H1N1, provoca sintomas mais intensos, como febre alta, calafrios, dor muscular, dor de cabeça, coriza e, algumas vezes, pode evoluir com complicações respiratórias. Ou seja, a duração é mais prolongada, podendo chegar a 7 dias, com melhora espontânea. Mas em alguns casos, pode ter como consequências infecções bacterianas, como pneumonia e sinusite.
2) Rinite x Sinusite
Rinite é uma inflamação da mucosa nasal, caracterizada por dois ou mais dos sintomas: coriza, espirros, nariz entupido e coceira. Ela pode ser de causa alérgica ou não alérgica. Os principais desencadeantes da rinite alérgica são os ácaros presentes na poeira doméstica, seguidos por pelos de cão e gato, mofo e pólen. Entre as não alérgicas, as de maior importância no inverno são as infecciosas, provocadas por vírus, e as irritativas, provocadas pela poluição. O tratamento inicial deve ser com antialérgicos e, dependendo de cada caso, pode ser necessário corticoide local.
A sinusite pode ser uma consequência tanto da rinite alérgica como da não alérgica. Mas os principais achados são secreção nasal esverdeada, nariz entupido e dor de cabeça/face. Muitas vezes, só melhora após tratamento com antibiótico.
3) Bronquite x Asma
A bronquite é uma doença aguda, provocada pela inflamação das vias aéreas inferiores (brônquios) e tem como principal causa as infecções virais. Além da tosse, quase sempre presente, também pode apresentar febre e falta de ar. Tem duração de poucos dias e a melhora costuma ser espontânea, com auxílio de medicamentos sintomáticos.
A asma é uma doença inflamatória crônica, na maioria das vezes de causa alérgica, que provoca sintomas de falta de ar, chiado no peito e tosse. Quase sempre, sintomas melhoram após o uso de medicamentos para aumentar o espaço da passagem do ar, os broncodilatadores. Entretanto, dependendo da frequência e gravidade dos sintomas, é necessário usar corticoide oral ou inalatório.
4) Bronquiolite
Bronquiolite é a infecção dos bronquíolos dos bebês causada por vírus, normalmente o Vírus Sincicial Respiratório (VSR). É mais comum até 3 anos de idade e costuma ser o primeiro episódio de chiado na infância. Provoca tosse, respiração ofegante, queda da saturação de oxigênio no sangue e é motivo comum de internação nessa faixa etária. Em geral, melhora espontaneamente, com medicamentos sintomáticos; mas em alguns casos, há necessidade de suporte respiratório com oxigênio.
5) Pneumonia
É a infecção que se instala nos pulmões. Pode ser causada por vários micro-organismos diferentes (bactérias, vírus, fungos) e provoca tosse, dor no tórax, mal-estar e falta de ar. Além disso, ainda, pode apresentar secreção amarela ou esverdeada. O tratamento, na maioria das vezes, é feito com antibiótico.
Em resumo, as medidas de prevenção que devem ser tomadas:
– Manter vacinas em dia. A vacina da gripe deve ser aplicada anualmente e é gratuita para grupos de risco;
– Lavar bem as mãos sempre que possível e, mais importante, antes de se alimentar, após espirrar ou tossir e depois de usar o banheiro;
– Proteger com o braço (e não com as mãos) quando espirrar ou tossir;
– Fazer higiene da casa adequadamente, de maneira que diminuam os alérgenos do ambiente, como ácaros da poeira;
– Evitar lugares com aglomerados de pessoas e lugares sem ventilação adequada;
– Em locais com ambiente seco, é recomendável o uso de um umidificador de ar no ambiente, desde que usados por poucas horas e com saída de vapor de até 60%;
– Beber muita água.
(Fonte: P+G Comunicação Integrada)